sábado, 16 de abril de 2011

"Tudo o que existe pode ser modificado, o que não existe oferece possibilidades infinitas"

Retirado de um estudo "Cerâmica em Portugal e em Alcobaça", elaborado pelo Dr Alberto Silva ( International Ceramic Consultant ) e nosso conterrâneo.

Há futuro para a indústria cerâmica em Portugal?

A resposta é positiva para as indústrias de capital intensivo, altamente mecanizadas, com elevada qualidade técnica, e constante actualização de “ design”. Estas empresas tem adequada dimensão em recursos humanos e também os seus departamentos de marketing estão devidamente organizados. Sofrem forte concorrência de empresas do médio e extremo oriente, mas tem resistido e creio que continuarão a resistir; aliás as últimas boas notícias informam que vai ser aplicada pela EU uma taxa de importação no valor de 35% para pavimentos e revestimentos importados da República Popular da China. E em Alcobaça, o que vai passar-se com a ainda existente produção de faiança? Há ainda esperança de manutenção em funcionamento de algumas unidades de produção desde que: · Se proceda a uma reindustrialização na area da cerâmica; isto é que se introduza uma componente de gestão total na mencionada indústria. · Que se adaptem projectos de inovação, com procura de novos produtos, novos acabamentos, novos processos. · Que se reduzam ao mínimo as perdas de produção por refugos e quebras. · Que se poupe e recupere tudo o que pode ser recuperável: pasta, vidro, corantes, energia. · Que seja utilizada a colaboração de designers de equipamento; que sob orientação da gestão estes designers procurem complementaridade noutras indústrias: mobiliário, textil, vidro, etc. · Um designer de equipamento tem que saber vestir e ornamentar uma casa: a cerâmica faz parte integrante desse trabalho, enquanto utilitaria ou simplesmente decorativa. Quando leccionei a disciplina de cerâmica para designers no IADE (Instituto de arte e Design de Equipamentos), sempre deixei aos meus alunos a seguinte nota final: “tudo o que existe pode ser modificado; o que não existe oferece possibilidades infinitas”. · É necessário que a gestão tome a seu cargo o departamento de “marketing”. · A empresa deve estabelecer laços de conhecimento e amizade com os seus clientes; cada cliente deve serum amigo da empresa; o cliente é o melhor activo da empresa. · Cada empresa deve ter a sua página na WEB; e porque não um departamento de venda directa pela internet? · Não recomendamos a participação em catálogos generalistas; cada empresa promove-se melhor com uma mostra completa dos seus produtos presentes e passados num simples C.D. ou D.V.D; com muito menor custo, e de fácil alteração. · Modelos e decorações antigas podem e devem fazer parte desse modo de apresentação; a cerâmica é parte integrante da moda e como tal tem por vezes recuperações imprevistas. Além de tudo o que dissemos propomos a realização de um estudo “ benchmarking” que ncomplemente a análise SWOT entretanto realisada. Só este estudo permitirá à comunidade cerâmica saber exactamente o que se passa em todos os aspectos os concorrentes individuais nos vários países sejam eles China, Tailândia, Vietnam, Turquia, etc. Saber quais os seus pontos fortes, os seus pontos fracos, as suas vantagens e desvantagens, e como nos posicionamos relativamente aos mesmos. Lamento que em dois dias de tão importantes jornadas para a cerâmica em Alcobaça tenha sido reduzido o número de empresas cerâmicas presentes. Aqui deixo a todas as Empresas de Indústria Cerâmica de Alcobaça ainda resistentes, os sinceros votos de um futuro mais brilhante e promissor.

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